“Para os SMAS de Sintra, a correta medição dos caudais sempre esteve, está e deverá continuar a estar como uma regra de “ouro” na gestão do ciclo comercial, bem como na relação entidade gestora/utente”. É assim que Carlos Nunes, diretor do Departamento Comercial dos SMAS de Sintra, começou por justificar a aposta na telemetria, implementada nos SMAS de Sintra a partir de 2009, e que foi adotada junto de grandes clientes. Na ocasião, há quase uma década e meia, o universo de grandes clientes abrangia um universo de 168 clientes, o que correspondia a 0,09% do universo total de contadores (187 235), mas que eram responsáveis por 20% do consumo de água no concelho de Sintra.

Carlos Nunes revelou a experiência dos Serviço Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) no domínio da telemetria, durante uma comunicação realizada esta segunda-feira no ENEG 2023, Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e Saneamento, que está a decorrer no Multiusos de Gondomar, até à próxima quinta-feira, sob o tema central “Um Grito pela Água!”. A aposta na telemetria, sublinhou aquele responsável, “revestia-se de uma importância fundamental pois iria possibilitar maior “rigor” de faturação, bem como uma melhor análise, compreensão e esclarecimento dos clientes sobre os consumos por eles realizados”. No entanto, os custos associados obrigaram a uma acentuada ponderação.

As vantagens do recurso à telemetria, “para obtenção remota e centralizada de toda a informação produzida pelos aparelhos de medida dos clientes”, assenta, fundamentalmente, na monitorização do “funcionamento do contador e a possibilidade de obter leituras reais”, evitando estimativas calculadas em dados históricos que podem não retratar os consumos efetivos. Além de permitir a definição individual de um perfil de consumo, “a informação da telemetria nos grandes clientes é fundamental para verificar as implicações que tais consumos originam no funcionamento na zona do sistema de distribuição de água onde estão inseridos”, realça o diretor do Departamento Comercial dos SMAS de Sintra.

Carlos Nunes conclui que, após uma experiência com mais de uma década, entre 2009 e 2022, “a monitorização do funcionamento do contador e a produção de faturas baseadas sempre em leituras reais permitem uma faturação de mais rigor, que se complementa com a possibilidade de permitir uma melhor análise, compreensão e esclarecimento dos clientes sobre os consumos por eles realizado, seja de uma forma pro ativa ou reativa”. No período temporal referido, num total de 28 224 faturas emitidas, registaram-se 74 reclamações, em que nenhuma foi deferida, atestando a validade da leitura de consumo, e os equipamentos de medida demonstraram a sua eficácia, sendo diminuto o tempo de alguma anomalia.

No 2.º dia do ENEG, para além da intervenção como orador do Diretor Delegado, Carlos Vieira, na mesa redonda sobre “A Eficiência dos Sistemas”, os SMAS de Sintra vão ser representados através das comunicações “Gestão e Manutenção de Marcos de Incêndios nos SMAS de Sintra” (das 11h30 às 13h00), por Elsa Ferreira e José Paulo Capote, da Divisão de Projeto; e “Museu da Água e Resíduos” (das 16h30 às 18h00), por Helena Cardoso, com o destaque a recair, ainda, na participação de duas equipas no âmbito do Campeonato Nacional de Montagem de Ramais e Carga, o Pipe Contest, uma iniciativa técnica, mas com uma forte componente lúdica, que pretende fomentar o convívio e a competitividade saudável entre as entidades gestoras.

Atualizado a 20/02/2024