No Dia Mundial da Alimentação, que se assinala esta quarta-feira (16 de outubro), os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) promoveram uma palestra intitulada “Alimentação Saudável”. Direcionada para os seus colaboradores, a palestra esteve a cargo da nutricionista Inês Lapa e pretendeu, acima de tudo, desvendar algumas dicas de “como melhorar a saúde através da alimentação?; Como emagrecer a comer?; Como fazer uma alimentação saudável sem gastar mais dinheiro”. Dinamizada através do Gabinete de Enfermagem, a iniciativa visou promover a alimentação saudável dos trabalhadores dos SMAS de Sintra, de forma a contribuir para a sua saúde e bem-estar, proporcionando, naturalmente, que a mensagem seja transmitida aos respetivos familiares e amigos.

Inês Lapa alertou que “os hábitos alimentares inadequados são o terceiro principal fator de risco que mais contribui para o total de anos de vida saudável perdidos na população portuguesa”. Mais do que começar uma dieta, a nutricionista deixou o conselho de que “faça por se alimentar bem na maioria das refeições diariamente e, consequentemente, ter mais saúde e prevenir doenças”. Para conseguir uma alimentação mais saudável, é necessário “disciplina e consistência”. “Fazer escolhas (nas quais se incluem as alimentares) é uma forma de amor próprio”, salientou. Atividade física, dieta mediterrânica, fibras, frutas e vegetais e cereais integrais são algumas das escolhas mais saudáveis.

“Sempre que comemos para além do que necessitamos, o nosso corpo vai armazenar o excedente de calorias que não necessitamos sob a forma de gordura”, frisou Inês Lapa, que também deixou uma outra dica sobre exceções: “ter cuidado com a alimentação não significa nunca haver momentos que optamos por fazer uma exceção. Também é importante fazermos certas refeições que, embora saibamos que não contribuem para a nossa saúde física, sentimos que é importante para a nossa saúde mental”.

O Dia Mundial da Alimentação celebra-se desde 1981 e assinala a criação, neste dia 16 de outubro, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Com a constituição desta organização, que remonta a 1945, as Nações Unidas pretendiam aumentar os níveis de nutrição e a qualidade de vida, melhorar a produtividade na agricultura e as condições de vida das populações rurais e, desde a sua criação, a FAO tem desenvolvido a sua missão no sentido de atenuar a pobreza e a fome, assim como contribuir para o desenvolvimento agrícola, uma melhor alimentação e a segurança alimentar.

“Direito à alimentação para uma vida melhor e um futuro melhor” é o tema deste ano da comemoração do Dia Mundial da Alimentação e na mensagem alusiva a esta comemoração, o secretário-geral António Guterres, deu conta que as Nações Unidas vão “intensificar a luta contra a fome e a subnutrição”. “Algo está muito errado num mundo em que a fome e a subnutrição são uma realidade da vida de milhares de milhões de crianças, mulheres e homens”, lamentou António Guterres, que evocou “as 733 milhões de pessoas que sofrem de escassez de alimentos devido a conflitos, marginalização, alterações climáticas, pobreza e crises económicas — incluindo aquelas que enfrentam a ameaça da fome provocada pelo homem em Gaza e no Sudão”. O secretário-geral da ONU foi mais longe e enunciou “as 2,8 mil milhões de pessoas que não podem pagar uma dieta saudável – incluindo as que têm excesso de peso”.

No entanto, “a boa notícia é que um mundo sem fome é possível”, acredita Guterres, para quem “a Cimeira dos Sistemas Alimentares de 2021 colocou-nos no caminho certo para enfrentar as ineficiências e desigualdades incorporadas nos nossos sistemas alimentares. Os sistemas alimentares necessitam de uma transformação enorme, com o contributo das empresas, dos académicos, das instituições de investigação e da sociedade civil, para se tornarem mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis”. Para que estas palavras se traduzam em ações práticas, é necessário que os governos trabalhem “para incentivar a produção e venda de alimentos saudáveis e nutritivos a preços acessíveis”, concluiu o secretário-geral da ONU.

 

Atualizado a 16/10/2024