Nos últimos anos, os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) têm vindo a capacitar as suas instalações com sistemas de videovigilância e de segurança. “A telegestão e a segurança das instalações” foi o tema da comunicação apresentada no ENEG 2023, por Paulo Jacinto, chefe da Divisão de Telegestão dos SMAS de Sintra, em que foram dados pormenores sobre o Projeto Água Segura, “vocacionado para dar resposta às questões de segurança das instalações e, em particular, da água distribuída à população”. Os sistemas de videovigilância e de deteção de intrusão, para além das unidades do sistema de água e saneamento, foram alargados ao edifício sede, instalações oficinais, delegações, armazéns e futuro Museu da Água e Resíduos.
A dissuasão da ameaça, a deteção da ocorrência, assegurar o atraso na execução e a resposta em caso de concretização da ameaça são os aspetos a ter em conta num sistema de segurança das instalações. No caso da dissuasão da ameaça, “constituem boas práticas a instalação de manutenção em bom estado de conservação das vedações e portões de acesso, a manutenção dos espaços interiores e exteriores limpos, arrumados e com visão desobstruída”, salientou este engenheiro civil. Também a publicitação do sistema de videovigilância, além de se assumir como uma obrigação legal, permite dissuadir eventuais ameaças. Igualmente importante é o envolvimento dos residentes na vizinhança das instalações. “Com alguma frequência chegam-nos informação de luminárias apagadas, painéis de vedação danificadas por quedas de ramos, etc”, acrescentou Paulo Jacinto.
Para o chefe da Divisão da Telegestão dos SMAS de Sintra, a entidade gestora “deve considerar como um investimento na segurança, a afetação de trabalhadores e viaturas para a execução de rondas” e, para essa ação, poderão ser utilizados os operadores de Telegestão, “uma vez que podem aproveitar a sua presença para a identificação de anomalias não reportadas e efetuar tarefas de manutenção na unidade”.
No sentido de dificultar e retardar a progressão do intruso e o contacto com a água armazenada, a escada de acesso à cobertura dos reservatórios, para além de um ponto fulcral da videovigilância, deve incluir um troço inicial que seja facilmente removível e guardado num ponto de acesso controlado dentro do recinto. Também os alçapões devem contemplar a existência de fechaduras ou cadeados. A instalação de câmaras com deteção de movimentos, nos edifícios de exploração, é recomendável tanto no exterior como internamente. “Deve procurar-se que os ativos mais sensíveis da instalação, como os quadros elétricos e de comando, sejam instalados num compartimento autónomo no interior da câmara de manobras”, acrescentou Paulo Jacinto.
“A segurança física das instalações de água é uma componente essencial no projeto, construção e exploração, pois as instalações pertencem a sistemas que asseguram serviços essenciais ao público e ao meio ambiente”, salientou este dirigente dos SMAS de Sintra, para quem “as medidas de segurança física visam prevenir ou dissuadir potenciais intrusos, detetar e responder a quaisquer violações e recuperar de quaisquer incidentes”.