Cerca de 200 trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) visitaram, nas últimas semanas, o Ecoparque de Trajouce, para se inteirarem dos procedimentos de gestão e tratamento dos resíduos produzidos no concelho de Sintra. Durante as visitas, após uma apresentação genérica, houve oportunidade de conhecer as principais instalações da Tratolixo, empresa intermunicipal responsável pelo tratamento dos resíduos em Sintra, Cascais, Oeiras e Mafra, com destaque para a Unidade de Tratamento Mecânico (que efetua a separação ótica dos sacos verdes de recolha de biorresíduos), a Central de Compostagem para Resíduos Verdes e a Central de Triagem de Embalagens. Também os 11 presidentes de junta de freguesia do concelho, tiveram oportunidade de se deslocar ao Ecoparque de Trajouce, acompanhados pelo diretor delegado dos SMAS de Sintra, Carlos Vieira, numa visita que contou com a presença do presidente da Tratolixo, Nuno Soares.

“A realização destas visitas à Tratolixo é uma excelente oportunidade para os colaboradores dos SMAS de Sintra, e estamos a falar de diferentes serviços, não apenas da área da recolha dos resíduos, conhecerem a forma como é efetuado o tratamento e a valorização dos resíduos, num concelho que produz mais de 190 mil toneladas por ano. Também é importante para que passem a palavra de que a recolha seletiva é um caminho que tem de ser aprofundado e confirmarem, ao vivo, de que vale a pena o pequeno esforço de, em casa de cada um, fazermos a separação seletiva dos resíduos porque, efetivamente, estes são encaminhados para valorização”, realça Carlos Vieira, que sublinha ainda a articulação que existe entre os quatro municípios e a Tratolixo para que seja possível aumentar os indicadores de reutilização e reciclagem de resíduos.

Com o objetivo de que os seus colaboradores sejam embaixadores das boas práticas ao nível da reciclagem, os SMAS de Sintra lançaram o desafio para conhecerem o Ecoparque de Trajouce, uma das principais infra-estruturas da Tratolixo. O destaque recaiu na nova Unidade de Tratamento Mecânico, com sistema de leitura ótica de triagem dos sacos verdes, que dá corpo ao Sistema de Recolha Seletiva de Biorresíduos em curso nos quatro concelhos e que, em Sintra, já conta com a mobilização de mais de 60 mil pessoas. Uma unidade que, desde o final de 2023, pode receber 300 mil toneladas de restos alimentares, o que duplicou a capacidade de tratamento, a que se juntam as 120 mil toneladas que podem ser encaminhadas para o Ecoparque da Abrunheira, em Mafra.

Dotar a Tratolixo de condições para reforçar a estratégia de recolha seletiva de biorresíduos, que correspondem a mais de 40% da produção de resíduos, foi o objetivo das intervenções realizadas em Trajouce e na Abrunheira, que se encontram operacionais desde 2023 e representaram um investimento global de cerca de 10 milhões de euros. Em 2022, ficou concluída a Central de Compostagem para Resíduos Verdes, que tem uma capacidade de tratamento de 50 mil toneladas deste tipo de biorresíduos, permitindo a produção de um composto de superior qualidade, na ordem das 10 a 15 mil toneladas. Neste caso, num investimento de 5,2 milhões de euros, é assegurado o tratamento da totalidade dos resíduos verdes produzidos na área de intervenção da empresa intermunicipal.

“Os nossos colaboradores perceberam como, efetivamente, se concretiza o Sistema de Recolha Seletiva de Biorresíduos, que constitui uma aposta estratégica do município de Sintra e dos restantes três concelhos. Um sistema que, em Sintra, já envolve mais de 60 mil pessoas que, através de um pequeno gesto, separam os restos alimentares para os sacos verdes e os depositam no contentor de indiferenciados, para que seja possível produzir composto para a fertilização de solos agrícolas e a produção de energia”, frisou o responsável dos SMAS de Sintra, que também se congratulou com “as cerca de 70 entidades que já integram o circuito dedicado de recolha exclusiva, incluindo entidades públicas, privadas e estabelecimentos de ensino, enquanto grandes produtores de resíduos orgânicos, permitindo que esses resíduos sejam desviados de aterro e encaminhados para valorização, numa atitude ambientalmente responsável”.

Atualizado a 23/07/2024