“Para responder à emergência climática, entidades como os SMAS de Sintra são chamadas a dar o seu contributo e sempre na linha da frente”. Foi com estas palavras que o diretor delegado, Carlos Vieira, enunciou algumas das principais apostas dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra na área do abastecimento de água e do saneamento, no decurso da sessão de encerramento do PURA 2022, Encontro de Comunicação Ambiental, que decorreu esta quinta-feira, 20 de outubro, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra. A manutenção da redução das perdas de água e o incremento da reutilização de água residual tratada são dois dos desafios que se colocam à maior entidade municipal gestora na área do abastecimento de água, com cerca de 195 mil clientes. “Comunicar em Emergência Climática” foi o tema da 2.ª edição do PURA, uma iniciativa da Comissão Especializada de Comunicação e Educação Ambiental da APDA (Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas), que contou com o apoio dos SMAS de Sintra.
Carlos Vieira realçou a relevância do tema do encontro. “Estamos perante uma emergência climática que exige de todos uma ação imediata em prol do nosso planeta”, sublinhou este responsável. Para os SMAS de Sintra, as apostas passam pela manutenção da redução das perdas de água, com a meta ambiciosa de 15% em 2025, e o incremento do reaproveitamento da água residual tratada, para utilizações que não necessitem de água potável.
“Na área do abastecimento de água, os SMAS de Sintra estão apostados em reduzir as perdas de água, uma situação que, perante a realidade de seca severa e extrema que Portugal atravessa, impõe a adoção de medidas urgentes ao nível do setor. Não é admissível que que muitas entidades gestoras, que não têm capacidade de realizar investimentos, apresentem indicadores na ordem dos 50 a 60% de água não faturada”, acentuou Carlos Vieira, que recordou a trajetória descendente a este nível que se situava em 30,9% em 2014 e atingiu os 18,3% em final de 2021. Para alcançar a meta ambiciosa de 15% em 2025, os SMAS de Sintra vão investir, na área da requalificação da rede de distribuição de água, entre 30 a 40 milhões de euros.
O diretor delegado dos SMAS de Sintra revelou, ainda, que em breve serão conhecidos novos dados sobre a intenção de construção de uma central de dessalinização, junto à orla costeira sintrense, para assegurar uma parte das necessidades de distribuição de água do concelho, que constituirá uma alternativa à atual dependência, na íntegra, da albufeira de Castelo de Bode.
“Na vertente do saneamento, Sintra quer assumir-se como um concelho de referência a nível nacional no reaproveitamento das águas residuais tratadas, para utilizações como a rega de espaços verdes, lavagem e higienização de contentores e limpeza e desobstrução de coletores. Atualmente, já reaproveitamos 6% da água residual tratada nas nossas 17 estações de tratamento, quando a média nacional se situa nos 2%”, adiantou o diretor delegado dos SMAS, que destacou que, no âmbito do Projeto EcoÁgua, entre 2005 e final de 2021, já foram reutilizados 3 milhões,127 mil e 498 m3 para fins múltiplos que não exigem água potável. No âmbito da requalificação da ETAR da Cavaleira, será reforçada a reutilização da água residual tratada para a rega de espaços verdes do Parque Urbano da Cavaleira e o Hospital de Proximidade de Sintra.
Assumindo-se como um fórum de partilha de conhecimentos, discussão e formulação de propostas, sobre a arte de comunicar em períodos de crise, o PURA 2022 contou com a participação de diversos especialistas na área da comunicação, com a abertura a cargo do vice-presidente da Câmara Municipal de Sintra, Bruno Parreira, e do vice-presidente da APDA, Nuno Campilho.