O concelho de Sintra dispõe de um novo centro de educação e sensibilização ambiental, o “Transformarium”, que representa um investimento de 600 mil euros por parte da Novo Verde e da ERP Portugal, respetivamente, entidades gestoras de resíduos de embalagens e de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE). Situado em Cabra Figa (Rio de Mouro), o novo centro apresenta a mais moderna tecnologia de realidade aumentada e vídeo mapping e pretende receber, anualmente, cerca de cinco mil crianças, entre os 4 e os 12 anos, procurando-as sensibilizar para a importância da correta separação dos resíduos. A inauguração deste equipamento, situado paredes-meias com um centro de triagem de REEE, contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, e do diretor delegado dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra), Carlos Vieira, que foram recebidos pelo presidente da ERP Portugal e da Novo Verde, Ricardo Neto, e dos diretores Pedro Simões (Novo Verde) e Rosa Monforte (ERP Portugal).

Para Ricardo Neto, “o ‘Transformarium’ representa um marco na área da educação e sensibilização ambiental em Portugal. Este é um espaço inovador que utiliza a tecnologia para inspirar as gerações futuras  a adotarem hábitos mais sustentáveis”. Segundo este responsável, “com o objetivo de criar uma experiência de aprendizagem interativa e lúdica, nas valências do 1.º e 2.º Ciclo, a Novo Verde e a ERP Portugal pretendem transformar as crianças que nos visitam em verdadeiros agentes de mudança no que à consciência ambiental diz respeito”. Ricardo Neto está convicto que “este centro terá um impacto significativo na comunidade escolar”.

Também Carlos Vieira, em representação do Município de Sintra, realçou a importância de um equipamento a este nível, em particular num concelho que conta com mais de uma centena de estabelecimentos de ensino. “Este centro é, aliás, um equipamento que complementa a atividade que os SMAS de Sintra têm desenvolvido, na área da educação e sensibilização ambiental, e que, no ultimo ano, assistiu à inauguração do Museu da Água e Resíduos, que versa sobre estas áreas, neste caso não só dos resíduos, mas também da água”, sublinhou este responsável.

O diretor delegado dos SMAS de Sintra deixou ainda o alerta que, para além da educação e sensibilização ambiental, urge intensificar a área da fiscalização, para combater o flagelo do descarte ilegal de resíduos, que constitui um problema transversal em território nacional. “Associar a educação e sensibilização ambiental à vertente da fiscalização é fundamental, porque só, assim, conseguimos ter uma maior capacidade de abordar as pessoas que necessitam de uma sensibilização mais forte”, salientou.

Carlos Vieira frisou, ainda, a importância de serem adotadas medidas para enfrentar a questão do esgotamento da capacidade dos aterros, o que, enunciou, deve passar pelo aumento da capacidade de tratamento através de valorização energética (incineração). A esta questão o secretário de Estado do Ambiente remeteu as decisões para os resultados de um grupo de trabalho que foi constituído para analisar esta problemática, mas deixou a porta aberta a aumentar a capacidade de valorização energética nas unidades da Valorsul (região de Lisboa) e da Lipor (Porto) e a criar novas unidades no Centro do país e, eventualmente, no Algarve.

Para Emídio Sousa, “temos de melhorar imenso a forma como gerimos os resíduos” e, embora consciente da importância da educação e sensibilização ambiental para os mais novos, apontou o dedo aos adultos, “provavelmente, os que se comportam pior”. Nesse sentido, acentuou, a Agência Portuguesa do Ambiente dispõe de 20 milhões de euros para avançar com uma campanha de comunicação a nível nacional, “para entrar em casa das pessoas, através da televisão, nas ruas em outdoors, para trabalhar melhor a sensibilização das questões ambientais”.

Quem visitar o “Transformarium” e de modo a completar a imersão no mundo da reciclagem, pode também observar, através de uma parede envidraçada, o funcionamento real do centro de triagem de resíduos de equipamentos elétricos, eletrónicos, pilhas e baterias. Com capacidade para cerca de 25 pessoas por sessão, o circuito do “Transformarium”, com duração aproximada de uma hora e meia, explora os três fluxos de reciclagem – embalagens, REEE e pilhas e baterias – e o correto encaminhamento de cada categoria de resíduos. Acompanhadas de tablets, as crianças percorrem as diferentes etapas do processo, desde a extração de matérias primas até ao descarte, enquanto respondem a perguntas e interagem com conteúdos digitais. Durante a experiência, as mascotes da Novo Verde e da ERP Portugal desafiam os mais pequenos a conectarem-se com o processo da reciclagem.  O Verdão e o Depositrão ganham vida através da realidade aumentada, demonstrando e explicando o correto encaminhamento dos diversos resíduos, desde as embalagens até aos REEE, pilhas e baterias.

Atualizado a 06/03/2025