O MAR-Museu da Água e Resíduos recebe, entre 22 de novembro e 31 de março de 2025, uma exposição inédita do artista plástico Miguel Palma, intitulada “Linha d’Água”. Uma exposição que alia a tecnologia e o ambiente, a imagem de marca dos trabalhos do artista, intimamente ligado a Sintra, onde já residiu (Eugaria, Colares), mas que constitui a sua primeira mostra no concelho.

Atualmente a viver em Santarém, onde procurou refúgio para um contacto mais estreito com a natureza, Miguel Palma aborda, nos seus trabalhos, o desenvolvimento tecnológico e a sua relação com o ambiente, a ideia de poder, a ecologia, a religião ou a máquina. Apresentado em várias vertentes, a sua arte desenvolve-se sob a forma de desenho, escultura, instalação, vídeo e performance. Assumindo-se como um dos melhores artistas da sua geração, as suas obras levam-nos a associar dois contextos, tecnologia e ambiente. Palma apropria-se das narrativas de uma modernidade em permanente questionamento para melhor refletir sobre o presente. O seu fascínio por ícones da modernidade clássica é evidente: o mundo da aviação, o automóvel, a arquitetura, a natureza e a tecnologia em geral.

 

A exposição “Linha d’Água” é mais um exemplo da forma como o artista pensa as suas obras de forma única. Numa clara evocação do espaço onde a mesma se insere, é possível trabalhar esta temática enquanto se sente a conexão aos elementos do edifício. Será constituída por uma instalação intitulada “Cascata” com uma dimensão aproximada de 3 metros de comprimento por cerca de 2 metros de altura. Esta nova peça será acompanhada por cinco pinturas, sete desenhos e dois quadros.

O artista (que nasceu em Lisboa em 1964) está representado em inúmeras coleções públicas e privadas, nacionais e internacionais, como: Centre Pompidou (Paris, França); Coleção Berardo (Lisboa, Portugal); Culturgest (Lisboa, Portugal); MAAT (Lisboa, Portugal); FRAC Orléans (Orléans, França); FRAC-Artothèque Nouvelle Aquitaine (Limoges, França); Fundação de Serralves (Porto, Portugal); Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, Portugal); MNAC (Lisboa, Portugal); Fundação ARCO (Madrid, Espanha); e ASU Art Museum – (Tempe, E.U.A.). Participou em diversas bienais, incluindo: Prospect 1. (Nova Orleães, E.U.A.) e 7th Liverpool Biennial (Liverpool, Reino Unido).

O comissariado da exposição é da responsabilidade dos SMAS Sintra, através da Divisão de Oficina Ambiental, que orgulhosamente acolhe a primeira exposição individual de Miguel Palma em Sintra.

A mostra insere-se no âmbito da arte ambiental, que já motivou a realização de mais de uma dezena de exposições no espaço da Ribeira de Sintra, desde que os SMAS Sintra assumiram a sua gestão em final de 2021. A arte ambiental é uma corrente artística, que surgiu nos anos 60, que transforma a natureza em fonte de inspiração ou matéria-prima para os trabalhos elaborados por artistas de diferentes áreas. A arte ambiental procura consciencializar a população para os danos que o Homem está a causar ao Planeta, abordando temáticas, entre outras, como a poluição do ar e dos oceanos, as alterações climáticas ou as consequências do consumo massivo para o meio ambiente.

As exposições apresentadas no MAR-Museu da Água e Resíduos são convergentes com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030, a agenda das Nações Unidas para o desenvolvimento social, económico e ambiental à escala planetária e inserem-se, ainda, no âmbito da Estratégia Nacional de Educação Ambiental (ENEA 2020), contribuindo para uma maior consciencialização dos cidadãos em relação ao uso eficiente dos recursos.

Atualizado a 26/11/2024