Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) realizaram, em articulação com a União das Freguesias de Agualva e Mira Sintra (UFAMS), uma ação de sensibilização e fiscalização contra a deposição ilegal de resíduos em pleno espaço público na Avenida D. Nuno Álvares Pereira, em Agualva. Numa artéria que beneficiou de uma intervenção de requalificação, no valor de cerca de 2 milhões de euros, incluindo a instalação de 21 novos equipamentos de deposição, tem sido recorrente o abandono de lixo orgânico no exterior dos contentores. Nesta terça e quarta-feira (dias 23 e 24 de abril), as equipas de fiscalização dos SMAS de Sintra reforçaram a vigilância no local, alertando a população de que a deposição ilegal de resíduos na via pública é punível com coimas que variam dos 250 aos 22.000 euros, de acordo com o Regulamento Municipal de Recolha e Transporte de Resíduos Urbanos.
Constituindo o abandono de “monos” (resíduos volumosos) um flagelo em todo o concelho e no território nacional, a realidade na Avenida D. Nuno Álvares Pereira, na cidade de Agualva-Cacém, assume outra escala, com a deposição de resíduos de toda a espécie, incluindo orgânicos (restos alimentares), em qualquer canto, seja nas imediações de árvores ou de papeleiras, equipamentos de reduzida capacidade e para resíduos de menor dimensão.
Assumindo-se como um problema ambiental, até pela possibilidade dos resíduos serem espalhados pela via pública, seja por ação de animais ou pelo vento, o abandono de resíduos é um ato de falta de civismo que acaba por afetar a qualidade de vida da população, conferindo um aspeto desolador ao espaço público que, como resulta da sua denominação, deve ser usufruído por todos.
“A contentorização instalada na Avenida D. Nuno Álvares Pereira, no âmbito da empreitada conjunta entre Câmara Municipal e SMAS de Sintra, visou aumentar a capacidade de deposição de resíduos, mas também melhorar o ambiente urbano, ao pretender diminuir as ocorrências de resíduos abandonados nas imediações dos contentores”, frisou Carlos Vieira, que acompanhou, juntamente com o presidente da Junta da UFAMS, Carlos Casimiro, a ação de fiscalização na manhã desta quarta-feira.
O diretor delegado dos SMAS de Sintra acentuou que, após um investimento vultuoso do município sintrense, na ordem dos 2 milhões de euros, “não faz qualquer sentido que os cidadãos que residem nesta artéria central da cidade de Agualva-Cacém não cuidem do espaço público, abandonando o lixo no meio da rua, impedindo, desta forma, que este espaço que é de todos seja usufruído com qualidade pelos seus vizinhos”.
Em carta aberta distribuída à população daquela artéria, o presidente da Junta da União das Freguesias de Agualva e Mira Sintra, Carlos Casimiro, lamentou a deposição de lixo no meio da rua, promovendo uma imagem contrária da preconizada para a cidade, assente na valorização do espaço público. “Esta deposição põe em risco a salubridade e a saúde pública”, advertiu o autarca.
O presidente da UFAMS sublinha que a autarquia local, em conjunto com os SMAS de Sintra, Polícia Municipal e PSP (cuja esquadra se situa precisamente nesta artéria), irá estar particularmente atenta a esta realidade, para evitar a ocorrência de situações similares, e apela ao civismo para que seja possível valorizar um espaço público que foi objeto de requalificação.
Recorde-se que, numa área de intervenção de 20.250 m2, as obras passaram pelo reperfilamento da artéria, com redução da faixa de rodagem e aumento das áreas pedonais; o reordenamento de estacionamento; a eliminação de obstáculos, como degraus e muretes; a plantação de arborização de alinhamento e ensombramento; e a dotação de mobiliário urbano adequado a várias faixas etárias. A intervenção contemplou, ainda, a criação de áreas verdes e de estadia, para promover a fruição do espaço público, no sentido de potenciar a vivência do espaço e o convívio entre moradores. Por parte dos SMAS de Sintra, foi executada a remodelação das redes de abastecimento de água e de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais e a alteração do modelo de contentorização de recolha de resíduos, com a substituição de equipamentos de superfície por enterrados, com instalação de 21 novos equipamentos.
