“Perdas de água – A insustentável realidade” é o título do encontro promovido pela Comissão Especializada de Sistemas de Distribuição de Água (CESDA) da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA), que vai decorrer no próximo dia 3 de junho, em Beja, nas instalações do NERBE/AEBAL- Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral. Um dos painéis vai contar com a participação dos SMAS de Sintra, através de André Duarte, técnico superior do Departamento de Planeamento e Obras-Eficiência de Sistemas e membro da CESDA, em que será abordado o tema das “Perdas reais-Metodologia de abordagem”. Recorde-se que os SMAS de Sintra estão apostados em reduzir, até 2025, o valor da água não faturada para 15%.
Promover o debate e a reflexão sobre as diversas áreas relacionadas com a redução das perdas de água é o principal objetivo deste encontro, destinado a entidades gestoras, municípios e instituições do setor, e que assume uma maior importância em função da seca severa e extrema que o país enfrentou nos últimos tempos. Um fenómeno com repercussões nas reservas de água para os mais diversos usos, com destaque, naturalmente, para o abastecimento às populações. “Apesar de todo o esforço nacional de sensibilização e orientação das entidades gestoras com menor eficiência hídrica”, frisam os responsáveis da APDA, “o nível de desempenho global do setor continua a estar muito aquém do que seria desejável”, como evidencia o Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal.
Este encontro técnico vai servir, assim, para a partilha de experiências que permitam apontar caminhos às entidades gestoras menos eficientes, numa altura em que se prevê a canalização de significativo investimento para esta área, nomeadamente através de financiamentos disponibilizados pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos). Um dos painéis do encontro será dedicado às oportunidades para o setor da água, em particular ao nível de soluções de financiamento no sentido da redução das perdas de água.
Recorde-se que, nesta área, os SMAS de Sintra estão apostados em reduzir os valores de água não faturada para 15%, até 2025, após terem ficado em 2021, pelo terceiro ano consecutivo, abaixo dos 20%, a percentagem preconizada pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR). O valor registado no ano passado, o mais baixo de sempre, foi de 18,3%, após 18,7% em 2019 e 18,4% em 2020, refletindo as boas práticas e a continuidade das ações desenvolvidas na melhoria do sistema de abastecimento de água. Os SMAS de Sintra mantêm, assim, a trajetória de redução da água não faturada que iniciaram em 2014, então com 30,9%, que se traduziu numa poupança de 3.689.462 m³, quando comparado com os valores registados em 2021.
