Porque “O que Cai ao Chão, Cai ao Mar”, os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) estão a promover um projeto piloto com o objetivo de reter resíduos urbanos e impedir que os mesmos cheguem aos cursos de água, transportados pelos sistemas de drenagem pluvial. Para o efeito, foram instaladas redes de retenção, com 30 cm de diâmetro e 1 m de comprimento, junto a duas linhas de água, uma nas Mercês (Freguesia de Algueirão-Mem Martins) e outra no Casal do Cotão (União das Freguesias de Cacém e São Marcos). A primeira limpeza das redes de retenção, que ocorreu ainda antes da época estival, traduziu-se na recolha de algumas garrafas de plástico, invólucros de rebuçados e sacos, enquanto numa segunda mais recente, após precipitação mais significativa, se notou uma maior acumulação de diferentes tipos de resíduos.

A colocação das redes, compostas por um fio torcido de polietileno e uma malha com espaçamento de 15mm x 15mm, visa reter resíduos que, em particular aquando de situações de maior precipitação, acabam por ser conduzidos para as linhas de água, com consequente agravamento da qualidade da água e afetando a biodiversidade e com impactos ambientais para as populações. O objetivo dos SMAS de Sintra é diminuir a contaminação dos cursos de água, destino final das redes de drenagem de águas pluviais, controlando, assim, a qualidade da água encaminhada para o meio recetor.

Recorde-se que, em parceria com a Câmara Municipal, os SMAS de Sintra têm desenvolvido, nos últimos anos, o projeto “O que Cai ao Chão, Cai ao Mar” que compreende a pintura deste slogan nas sarjetas e sumidouros que têm como função a recolha e escoamento das águas pluviais, alertando para os resíduos que são lançados ao chão, como embalagens descartáveis, beatas de cigarro, copos de plástico, e que pela sua dimensão e leveza são direcionados para as sarjetas, e que podem acabar por confluir no mar.

Estes resíduos provocam a contaminação destes cursos de água e podem entrar mesmo na cadeia alimentar dos animais marinhos. A contaminação que pode chegar ao nível de microplásticos, passíveis de serem incluídos no ciclo urbano da água e de entrarem na cadeia alimentar, são ainda uma preocupação para a sobrevivência dos organismos responsáveis pela fotossíntese existentes nos mares. Calcula-se, aliás, que cerca de 60% do oxigênio que respiramos vem dessas águas.

Através de uma mensagem simples, o Município de Sintra alerta para as questões relativas à incorreta deposição dos resíduos e poluição da água, informando como os ecossistemas terrestres e aquáticos são diretamente afetados por estes fatores, que colocam em risco a sua biodiversidade.

Atualizado a 30/09/2022