Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) instalaram cinco desfibrilhadores nas suas instalações, no âmbito do Sintra Reanima-Programa Municipal de Desfibrilhação de Sintra, que estabelece uma estratégia na área do socorro a vítimas de paragem cardiorrespiratória, com o objetivo de redução do número de mortes e aumentar o número de pessoas com formação em Manobras de Suporte Básico de Vida e em Desfibrilhação Automática Externa (DAE).
Com mil trabalhadores no seu quadro de pessoal e a dar resposta presencial, em circunstâncias normais (antes da pandemia), a milhares de clientes, os SMAS de Sintra dão, assim, mais um passo para aumentar a cultura de socorro em situações de paragem cardiorrespiratória, numa estratégia que será reforçada com a disponibilização faseada nas suas instalações de mais desfibrilhadores.
Os primeiros cinco desfibrilhadores foram instalados em locais de atendimento ao público, as delegações de Queluz e do Cacém, e em instalações administrativas e operacionais dos serviços municipalizados, a sede e o complexo oficinal na Portela de Sintra, com o acompanhamento técnico da Cruz Vermelha Portuguesa.
Esta entidade não governamental ministrou ainda formação, o que permitiu a 18 funcionários dos SMAS de Sintra obter o certificado como Operacional de DAE, reconhecido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que validou ainda os certificados de mais uma dezena de colaboradores que acumulam funções em corporações de bombeiro.
Os SMAS de Sintra integram, assim, o Sintra Reanima, um programa que visa alargar a rede municipal de desfibrilhação automática externa, através da instalação de equipamentos de DAE (fixos ou portáteis) em locais de grande afluência de pessoas, como espaços do cidadão, juntas de freguesia, equipamentos culturais, desportivos, recreativos e sociais, ginásios, farmácias, escolas profissionais, espaços públicos (parques urbanos, estações ferroviárias, centros históricos, praias vigiadas, entre outras), para além de viaturas de socorro.
O Município de Sintra já dispõe de uma significativa rede de desfibrilhação, com equipamentos de DAE em 23 instalações municipais, 27 estabelecimentos de ensino de 2.º e 3.º Ciclos e secundárias, 6 complexos desportivos e 16 unidades de saúde, procurando uma significativa abrangência geográfica num concelho com cerca de 400 mil habitantes.
O Sintra Reanima pretende dar resposta às situações de paragem cardiorrespiratória, também conhecidas por “morte súbita”, um acontecimento que pode atingir qualquer pessoa, independentemente da idade, sexo, condição física ou de saúde, podendo levar à morte ou provocar danos irreversíveis nas vítimas que sobrevivem.
Em Portugal, anualmente, ocorrem cerca de dez mil casos de paragem cardiorrespiratória, dos quais apenas 3% das vítimas sobrevive, uma taxa extremamente baixa quando a média europeia se situa perto dos 30%. Uma situação que resulta, em grande medida, de apenas existirem 2.800 equipamentos de DAE em espaços não hospitalares (2,8 DAE por cada 10.000 habitantes), número muito distante da realidade europeia (15 a 40 DAE por cada 10.000 habitantes).
Os especialistas em saúde pública reconhecem que inúmeras paragens cardiorrespiratórias podiam ser revertidas se as vítimas fossem socorridas em tempo útil, através de Manobras de Suporte Básico de Vida e do uso de DAE, o que não acontece atualmente porque, segundo o INEM, em cerca de 57% dos casos não é realizada qualquer manobra de reanimação da vítima até à chegada dos meios de socorro.
Os SMAS de Sintra são a maior entidade gestora dos sistemas públicos municipais de distribuição de água em Portugal, contando com mais de 190 mil clientes. Estes serviços municipalizados vão investir, entre 2021 e 2025, mais de 80 milhões de euros na gestão e inovação dos sistemas de água e resíduos.