Sintra pretende assumir-se como um concelho de referência nacional no reaproveitamento das águas residuais tratadas. Foi o encontro realizado em Sintra com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, que deu mote à realização de uma reunião que contou com a presença dos presidentes do Grupo Águas de Portugal, José Furtado, e da Águas do Tejo Atlântico (AdTA), Alexandra Serra, para além de técnicos da autarquia e dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra).
“Sintra, pela sua realidade, pelas suas características, deverá assumir-se como um concelho que servirá de exemplo, para todo o país, ao nível do reaproveitamento das águas residuais tratadas”, realça Basílio Horta, que dá conta que “cerca de 30 milhões de m³ de águas residuais são tratadas, anualmente, no concelho, sendo que 25 milhões de m³ (85%) são encaminhados para a Águas do Tejo Atlântico”, entidade que gere o sistema multimunicipal de saneamento da Grande Lisboa e Oeste e que efetua o respetivo tratamento na ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) da Guia, em Cascais.
Para o presidente da Câmara Municipal de Sintra, “numa altura em que o país atravessa repetidos períodos de seca severa e extrema, é indispensável que sejam criados mecanismos que permitam o reaproveitamento das águas residuais tratadas, que, atualmente, são perdidas e libertadas nos cursos de água”. “Vamos analisar de que forma essa água residual tratada pode ser reaproveitada no concelho de Sintra, através do seu transporte a partir da ETAR da Guia”, sublinhou Basílio Horta.
Para alcançar este objetivo, será criada uma comissão com o envolvimento do Ministério do Ambiente, a Câmara Municipal e os SMAS de Sintra, para que seja definida uma nova estratégia que permita a reutilização de águas residuais tratadas, com principal incidência no setor agrícola.