Em Sintra, a recolha de resíduos volumosos, vulgarmente conhecidos por “monos”, aumentou 30% no primeiro trimestre de 2023, quando comparado com período homólogo de 2022. No corrente ano, Sintra já entregou 2 434 toneladas de “monos” na Tratolixo, um acréscimo de 560 toneladas em relação ao ano passado, num crescimento sem paralelo na recolha de qualquer outra tipologia de resíduos. A deposição ilegal de resíduos volumosos, em vários pontos da via pública, nomeadamente junto da contentorização, constitui uma das principais preocupações dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra), responsáveis pela recolha e transporte de resíduos no concelho. Para travar este flagelo, o Município de Sintra tem adotado várias medidas, contando, para o efeito, com a colaboração das juntas e uniões de freguesia, a quem foi atribuída uma segunda viatura para melhorar a eficiência do sistema de recolha de resíduos.

A atribuição por parte do município de uma segunda viatura às juntas e uniões de freguesia, assim como a assunção dos encargos financeiros com cinco assistentes operacionais e a manutenção dos veículos, permite a recolha de resíduos volumosos aos fins de semana, com exceção das freguesias de Casal de Cambra e de Colares em que a operação integra apenas uma viatura de apoio e três funcionários.

Perante um concelho com 320 km2, densamente povoado ao longo da Linha de Sintra, a parceria dos SMAS de Sintra com os órgãos autárquicos mais próximos dos cidadãos, que tem sido reforçada desde o final de 2018, assume-se como essencial para mitigar um problema que, invariavelmente, constitui “uma nódoa” em vários pontos do concelho e implica uma maior consciencialização ambiental dos cidadãos.

Para Carlos Vieira, “a parceria entre o Município de Sintra, através dos SMAS de Sintra, e as juntas e uniões de freguesia, neste caso ao nível da recolha dos chamados “monos”, tem permitido um concelho mais limpo, o que se revela vital para o bem-estar das populações, a garantia da saúde pública e a proteção do ambiente. Mas, nada podemos fazer se continuar a falta de civismo de alguns cidadãos que insistem em ocupar o espaço público de uma forma prejudicial”. O diretor delegado dos SMAS de Sintra recorda que, “para prestar um melhor serviço à população e dar resposta ao aumento dos pedidos de recolha de ‘monos’, os SMAS de Sintra aumentaram de 5 para 10 unidades por mês (por detentor) a recolha gratuita de resíduos volumosos, como móveis e colchões e equipamentos elétricos e eletrónicos, nomeadamente frigoríficos, máquinas de lavar e televisores”. Para o efeito, basta agendar a recolha junto da respetiva junta de freguesia ou, no caso da União das Freguesias de Sintra, recorrer à Linha de Resíduos dos SMAS de Sintra: 800 210 020.

Recorde-se que a deposição ilegal na via pública, inclusivamente junto de contentores de recolha de resíduos urbanos, resulta numa infração que poderá implicar o pagamento de coimas entre os 250 e os 22.000 euros, de acordo com o Regulamento de Recolha e Transporte de Resíduos Urbanos do Município de Sintra. O mesmo quadro pecuniário aplica-se à deposição ilegal de resíduos de construção e demolição (RCD).

 

“Os SMAS de Sintra estão também fortemente empenhados em aumentar a recolha seletiva, no sentido de potenciar a reciclagem e diminuir os resíduos encaminhados para aterro, fomentando a Economia Circular”, frisa Carlos Vieira, que enuncia a aposta em curso no domínio da recolha seletiva de biorresíduos, que será obrigatória em todo o país a partir do início de 2024.

Em Sintra, a recolha seletiva das fileiras tradicionais (papel/cartão, plástico/metal e vidro) aumentou 50% no período entre 2017 e 2022, traduzindo-se num acréscimo de 5 101 toneladas durante esse período (15 503 toneladas em 2022, contra 10 402 toneladas em 2017). No primeiro trimestre de 2023, registou-se um crescimento de 9,64% na recolha de embalagens de plástico e metal, um ligeiro crescimento ao nível do papel e cartão (3,78%) e uma descida na recolha de vidro (-9,09%). Também os “verdes”, provenientes da limpeza e manutenção de jardins, espaços verdes públicos ou zonas de cultivo e das habitações, nomeadamente aparas, troncos, ramos, cortes de relva e ervas, registou apenas um ligeiro aumento (1,57%). O total de produção de resíduos situou-se nas 36 016 toneladas, nos três primeiros meses do ano, uma variação pouco significativa (0,82%) em relação ao período homólogo de 2022.

Atualizado a 28/04/2023