O Espaço SMAS Sintra-Museu da Água e Resíduos (MAR) foi distinguido com o estatuto de Green Destinations, um galardão que reconhece as boas práticas de sustentabilidade. A distinção atribuída ao MAR, atualmente ainda sob denominação “Espaço SMAS da Ribeira de Sintra”, foi decisiva para Sintra integrar a lista Top 100 Stories que elege os destinos que promovem a sustentabilidade e o turismo de qualidade através de diferentes programas. Este ano, no nosso país e para além de Sintra, o reconhecimento foi conquistado pelo arquipélago dos Açores, o geoparque de Arouca, as regiões do Alto Minho e do Oeste e os municípios de Águeda e Cascais. O MAR, em processo de criação pelos SMAS de Sintra (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra) e que será uma realidade em 2023, está já a desenvolver um conjunto de projetos que foram reconhecidos pela Fundação Green Destinations.
Apostando numa programação diversificada, o futuro Museu da Água e Resíduos pretende assumir-se como uma referência nas áreas da sensibilização, educação ambiental e divulgação científica e tecnológica, no âmbito do ciclo urbano da água e dos resíduos, tendo como missão a consciencialização da comunidade para a adoção de comportamentos ambientalmente responsáveis e a necessidade de preservação dos valores naturais. Entre os projetos em curso, para além de eficiência energética através da utilização de lâmpadas LED, está a reutilização de água não tratada e não controlada (de um tanque e de uma mina) em instalações sanitárias e na manutenção de espaços verdes, assim como em módulos de água à disposição dos visitantes, aos quais é proporcionado, ainda, o contacto com um charco, um ecossistema com reduzida intervenção humana e que acolhe variada biodiversidade.
Desde que o espaço foi assumido pelos SMAS, em meados de 2021, o polo da Ribeira de Sintra tem sido palco de um conjunto de exposições de arte ambiental, alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030, que procuram sensibilizar para um flagelo à escala planetária: o lixo marinho. Até meados de outubro, esteve patente a exposição “Splash-Dá um mergulho no mar de lixo!”, da autoria do fotógrafo profissional Nuno Antunes, constituída por fotografias de grande dimensão, algumas instalações artísticas e peças utilitárias, como uma mesa e candeeiros, e que procurou que ninguém ficasse indiferente a uma problemática que prolifera nas zonas balneares: oito milhões de toneladas de lixo plástico que, anualmente, vão parar aos oceanos. A primeira grande iniciativa, patente entre novembro de 2021 e março de 2022, foram as mostras “Monstros Marinhos” e “Mar de Plástico”, uma parceria com o CIIMAR-Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto.
“Fogo Frio: Prevenir o Incêndio usando o Fogo” é a exposição atualmente patente no Espaço SMAS-Museu da Água e Resíduos, numa parceria com o Instituto Superior de Agronomia (ISA), e pretende demonstrar que queimar a vegetação durante o Inverno, que apresenta pouco impacto na fauna e microfauna do solo, pode ser benéfico para diminuir a intensidade dos incêndios rurais, contribuindo para proteger pessoas e bens durante a época estival, ao reduzir a quantidade de vegetação (combustível) disponível para arder. Elaborada pela investigadora Maria Conceição Colaço, do Centro de Ecologia Aplicada Prof. Baeta Neves (unidade de investigação do ISA), esta mostra resulta de um projeto selecionado no âmbito do Orçamento Participativo de Portugal em 2017 e coloca a ciência ao serviço da prevenção de incêndios. Estão patentes ainda as exposições “MAR-Dia Mundial dos Oceanos” e “Reciclagem e Resíduos”.
A atribuição das distinções Green Destinations Top 100 Stories pretende reconhecer e dar visibilidade a destinos que promovem a sustentabilidade, sendo que as boas práticas selecionadas serão agora partilhadas com gestores turísticos, operadores de tours e turistas. Segundo a Fundação Green Destination, o objetivo é difundir, pela indústria turística, exemplos de soluções que podem ser implementadas como resposta aos desafios do setor. Anualmente, são partilhadas as histórias de 100 destinos que se distinguem pela qualidade, pela inovação e pela sustentabilidade de boas práticas. Em Portugal, a distinção da Green Destinations foi novamente atribuída, à semelhança de 2021, a Sintra, às regiões do Alto Minho, ao geoparque de Arouca, ao arquipélago dos Açores e aos concelhos de Cascais e a Águeda. Em relação a 2021, além da presença da região do Oeste, ficaram de fora a Paisagem Protegida Local das Serras do Socorro e Archeira, a Nazaré e o Dark Sky Alqueva.