O Espaço SMAS (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra) da Ribeira de Sintra tem patente a exposição “Splash – Dá um mergulho no mar de lixo!”, que explora o potencial artístico de resíduos recolhidos nas praias de Sintra pelo fotógrafo profissional Nuno Antunes, que pretende sensibilizar e inspirar toda a comunidade, mas em particular as novas gerações, a cuidar melhor do nosso planeta, em especial os oceanos, reduzindo o consumo e promovendo a Economia Circular. Nesta exposição, inaugurada este sábado, dia 21 de maio, e que pode ser visitada até 24 de setembro, Nuno Antunes evidencia ao visitante que o lixo pode ter “uma nova vida”, transformando os resíduos em peças utilitárias ou artísticas.
Com uma constante preocupação pelas questões ambientais, que o leva, há vários anos, a recolher lixo marinho, Nuno Antunes apresenta uma mostra constituída por um percurso que se pretende provocatório, de forma a consciencializar o visitante, para que ninguém fique indiferente a uma realidade preocupante à escala planetária. Constituída por fotografias de grande dimensão, algumas instalações artísticas e peças utilitárias, a exposição é, assim, uma pequena amostra dos milhões de toneladas de lixo que, anualmente, vão parar aos oceanos, mas também da arte que desse lixo pode provir, totalmente de forma artesanal e que traduz o respeito pela natureza e pelos princípios básicos da sustentabilidade.
“O nosso maior caixote de lixo é o oceano”, lamentou Nuno Antunes, durante a inauguração da exposição, em que contou com a presença de cerca de duas centenas de amigos. Para este defensor do ambiente, se reutilizar e reciclar são gestos importantes, o foco deve assentar em ‘reduzir’. “Não há serviços dos SMAS, seja em Sintra, em Lisboa, na Maia, no Porto, que consiga limpar o que estamos a produzir. Temos mesmo que reduzir o nosso consumo”. “Aquilo que podem ver, além de fotografias, são algumas peças que criei com lixo retirado em Sintra”, tanto em praias mais frequentadas, como São Julião, Magoito, Maçãs e Grande, como em zonas balneares mais recônditas, como a Vigia, Giribeto e Ursa.
Para o vice-presidente da Câmara Municipal de Sintra, Bruno Parreira, a exposição agora inaugurada é uma forma de homenagear “um artista único do nosso município, um homem com uma sensibilidade absolutamente diferenciada”. “A forma como o Nuno Antunes, do ponto de vista plástico, do ponto de vista artístico, pega em lixo e transforma em verdadeiras obras de arte, é criação de valor, a Economia Circular que tanto falamos e o reaproveitamento dos materiais de uma forma absolutamente notável”, realçou o autarca.
Esta exposição assume-se, também, como um meio de sensibilização para as questões ambientais e, no fundo, “tratar dos mais novos, dos que hão de vir, daqueles que já cá estão e dos mais velhos”. “Olhar pela nossa terra, olhar pelo ambiente, é olhar pelo nosso futuro”, salientou Bruno Parreira, que deixou ainda uma palavra de reconhecimento aos SMAS de Sintra e ao futuro Museu da Água e Resíduos, “que vai estar ao serviço do ambiente”.
Para Carlos Vieira, diretor delegado dos SMAS de Sintra, esta exposição é, precisamente, mais um passo na criação do Museu da Água e Resíduos, que irá ser palco de uma atividade diversificada no domínio da educação e sensibilização ambiental, em relação ao ciclo urbano da água e dos resíduos, assumindo-se ainda como um polo de divulgação científica e tecnológica. Segundo este responsável, esta mostra “é um exemplo do que é a Economia Circular na sua plenitude” e do caminho que tem de ser trilhado em prol de um melhor ambiente, ressalvando que “a mudança começa em cada um de nós”.
A exposição da autoria de Nuno Antunes enquadra-se no âmbito da agenda 2030 das Nações Unidas, concretamente do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, relativo à proteção da vida marinha, que visa prevenir e reduzir a poluição marítima, especialmente a que advém de atividades terrestres. Além do registo fotográfico efetuado aquando da recolha dos resíduos, com o penedo da Praia da Ursa, as arribas do Magoito ou o areal da Praia das Maçãs no enquadramento, o visitante pode visualizar um vídeo que desvenda o conceito a exposição, desde a recolha dos objetos nas zonas balneares até à conceção das peças utilitárias.
Espaço SMAS – Ribeira de Sintra
Rua Carlos de Oliveira Carvalho, n.º 9,
Telefone: (+351) 219 247 730.
E-mail: reservas@smas-sintra.pt.
Aberto de terça-feira a domingo (exceto feriados), das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.
Tarifário:
€4 – Adulto;
€3 – Cartão Jovem / Estudante;
€3 – 4 aos 17 anos;
Grátis – Criança (até 3 anos inclusive);
€3 – Sénior:
€12 – Família (2 adultos e 2 crianças até aos 17 anos);
Grátis: Munícipes de Sintra.