HISTÓRIA DO EDIFÍCIO

O Museu da Água e Resíduos na Ribeira de Sintra localiza-se na Antiga Garagem dos Carros Elétricos que, desde o século XIX, ligaram Sintra a Colares e à Praia das Maçãs. O sonho de ligar Sintra a Colares e, posteriormente, à Praia das Maçãs, surgiu em 1886. Durante vários anos efetuaram-se sucessivas tentativas para a materialização deste projeto que, no entanto, fracassaram.

Somente em novembro de 1898, com a concessão atribuída pela autarquia a Nunes de Carvalho e Emídio Pinheiro Borges, pelo prazo de 99 anos, para construir e explorar um caminho-de-ferro a vapor entre Sintra e a Praia das Maçãs, o projeto começaria a ganhar forma. Em agosto de 1902, na zona da Estefânia (Sintra) iniciou-se a construção da linha e, em março de 1903, foram encomendados à empresa americana J. G. Brill Company, 13 elétricos, sendo sete carros motores e seis atrelados. A conclusão da linha e dos elétricos encomendados datam 1904 e o edifício, que hoje parece completamente indissociável deles, apenas surge em 1906. A razão desta diferença ocorre porque inicialmente não se pensava ser necessária uma central termoelétrica que assegurasse a energia na rede.

Os elétricos inicialmente foram desenhados com sistema de contrapeso de água, no entanto, ao serem testados os primeiros modelos, perceberam que este sistema não tinha velocidade suficiente ou capacidade para vencer as diferentes cotas do percurso.

Após esta falha foram produzidos elétricos e motores com especificações novas usando um sistema elétrico.

Neste mesmo período é finalizada a construção do edifício que seria, à época, uma das centrais termoelétricas mais eficazes e avançadas no nosso país, conseguindo produzir energia suficiente para alimentar toda a rede com mais de 13 km, duas subestações e ainda ter excedente de produção para distribuição da rede elétrica da vila de Sintra.

Com o desenvolvimento dos transportes mecânicos, a partir de finais dos anos 40, o elétrico entra em desuso. Entre o ano de 1953 e 1958, os elétricos funcionaram somente durante o Verão, por consequência do alargamento da Volta do Duche e do incremento do transito automóvel na área de Sintra.

Entre agosto de 1967 até 1974 os elétricos funcionaram com condições mínimas, acabando por deixarem de circular nesse mesmo ano.

Em julho de 1975, foi determinada a substituição dos elétricos por autocarros devido ao desuso e a degradação das infraestruturas e dos elétricos tornaram-se uma realidade.

Entre 1996 e 1997 recuperado o troço entre a Ribeira e a Praia das Maçãs e a 30 de outubro de 1997, a Ribeira celebrou, novamente, a chegada dos elétricos. A 4 de Junho de 2004, precisamente no ano do seu Centenário, os elétricos circulam de novo até Sintra até aos dias de hoje.

Hoje em dia ainda conseguimos verificar evidências da função do edifico, uma vez que partes essenciais da sua estrutura ainda são visíveis e, inclusivamente, utilizadas como módulos interativos. O sistema de roldanas é totalmente original do edifício, incluindo as correntes que atualmente continuam a ser utilizadas para elevar uma corda de sisal com cerca de 200kg.

Originalmente este sistema era usado para içar os vagões de carvão e, mais tarde quando a central é descontinuada, passa a ser a garagem dos carros elétricos, o sistema era utilizado para deslocar materiais de carga elevada como motores.

O tanque exterior é um outro elemento marcante do edifício. Originalmente usado para refrigeração dos geradores, através de um complexo sistema de tubagens, nos dias de hoje foi reaproveitado para o funcionamento dos módulos de água, criado com o intuito de evidenciar a ligação entre o passado e o presente do edifício.

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